17/05/2010

Mecanismos da Dor


Penso às vezes que não quero mais.
Poderia até dizer que venceram, que eles venceram.
São tantos, vários... de diversas formas, com diversos nomes...
O número de inimigos ultrapassa o dos inimigos de Arjuna na batalha de Kurukshetra.
Mas quem sou eu, que nem Krishna tenho ao meu lado?

Eles vêem de dentro, aparecem de fora... são elas, são eles... defendem seus interesses, suas dores, seus amores, seus quereres.

Eles atacam diretamente , de forma velada, de forma oculta... atacam se mostrando, se escondendo, atacam simplesmente.

A matéria padece, diz não poder mais, a mente lamenta cansada, a emoção vomita a si mesma em náuseas de tanto se ver diante do espelho..... só resta Ela/Ele.

Os dois/um me olham de lá... intocáveis e intocados.... apenas eles firmes dentro de mim, me mantendo qual espantalho de pé como sustentado por uma escora de madeira. Santo, santo, santo.

Penso às vezes que não quero mais..... mas não posso e nem devo escolher, Ele é Ele, Ele é o meu alento, meu amparo, meu amor, quem temo, anseio e quero, quem me aterroriza e me mata, Ele me mata... e usa as peças, pedaços pequenos de carne, ridículos diante da potestade do bendito, criaturas pequenas, invejosas, pobres, medíocres, que nada são diante dele/dela.

Ele é ele, Eu sou Ele, Ele é EU SOU.

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